terça-feira, 15 de maio de 2007

Internet e celular dão o tom no Tela Viva Móvel


Começou hoje em São Paulo a sexta edição do Tela Viva Móvel, encontro dedicado a discutir os serviços de valor agregado (SVA) para dispositivos móveis. O tema deste ano é o casamento entre internet e celular e as infinitas possibilidades de negócios que esta união proporciona às agências de publicidade, produtoras de conteúdo, operadoras, fornecedores de tecnologia, entre outros. Uma das empresas que espera lucrar ainda mais com a consolidação deste movo cenário é a Google, que oferece hoje 600 bilhões de páginas na Web em idiomas dos mais diversos, incluindo o quechua, utilizado por tribo indígena. Nas palavras do presidente do Google no Brasil, Alexandre Hohagen, a empresa pretende ser o grande semáforo para este meio.
Durante a palestra, a primeira do evento, ele ofereceu um panorama atual da internet. Mostrou que o Broadcast, cujo foco é a comunicação em massa, está cada vez mais sendo suplantado pelo narrowcasting, voltado para o público segmentado e lovecasting, que nasceu na web 2.0. Neste último caso, o usuário se comporta de maneira específica - cria o próprio conteúdo, define tendências, decide o que vai consumir e influencia outros.
A previsão do Google é de que o lovecasting encontre no celular sua plataforma perfeita. Nos Estados Unidos, a empresa já oferece serviço de busca associado ao GPS. O usuário em São Francisco consegue buscar um tipo de estabelecimento e encontrar no Google o lugar mais próximo de onde ele está. Na seqüência, o serviço também mostra como chegar ao destino desejado e contacta o usuário via voz.
As novidades do Google não param por aí. Receber scraps do orkut via celular- uma parceria da empresa com a operadora Claro, exercer o chamado revenue share com usuários dispostos a produzir conteúdo para sites como o Youtube deverão ser algumas das grandes fontes de renda no novo cenário. Já a criação do Google Phone, Hohagen afirmou não ter nada definido. "São apenas rumores".
O futuro promete, em pouco tempo, ser promissor para as empresas que apostarem neste novo, e conveniente, formato de mídia. Os vídeos mais vistos do YouTube, por exemplo, recebem mais clicks via celular do que via computadores convencionais. Até 2010, especialistas do setor estimam que o volume mundial de transações financeiras efetuadas através de aparelhos será de US$ 10 bilhões. O Brasil lidera o ranking de celulares na América Latina com 102 milhões de anuários (fonte- Anatel; abril).
Mas alguns cuidados, na visão de Hohagen, são necessários. A experiência do usuário deve ser sempre colocada como o maior valor da empresa. É o usuário quem vai decidir cada vez mais o que permanecerá definitivamente na mídia dos mobiles.
Produtores de conteúdo
De acordo com Fiamma Zarife, gerente de Conteúdos e Aplicações da Oi e Marcos Quatorze, diretor de Serviços de Valor Agregado da Claro, a idéia incial será formar uma grande parceria por meio do revenue share entre operadoras e produtores, que incluem os próprios usuários. Produção de ringtones e vídeos e a comercialização via downloads se consolidarão de diversas formas. Uma deles poderá ser através de pagamento via créditos de celular, outras, através de campanhas de incentivo. A Claro lançou um programa que premia os clientes que fornecem os melhores conteúdos. Os campeões de ringtones, por exemplo, ganham clip na MTV com o tom produzido. O movie maker vencedor tem a chance de conhecer os estúdios da MTV nos EUA.
São parcerias atrás de parcerias. Esta tem sido a lógica deste modelo de negócio. O grande obstáculo, na visão de Marcos Quatorze, ainda são as leis de direitos autorais. Para ele, ganhar dinheiro com conteúdo está complicado. As operadoras não conseguem controlar a procedência das inúmeras produções dos usuários e as leis brasileiras são rígidas. O grande modelo que deverá se consolidar como vencedor é o de link patrocinado. As operadoras, o Google e os fornecedores de plataforma são unânimes em afirmar que o modelo será dominante. O cliente não precisa pagar nada para ter acesso ao conteúdos quando existe um anunciante, o que aumenta a divulgação e a interatividade. São pilares da web 2.0.

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